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quinta-feira, 21 de julho de 2011

A derrota de Abílio Diniz. E a ascensão do Casino.

Abílio Diniz estava queimado no mercado, mas sempre havia saído vitorioso de suas batalhas.

Após a contestada fusão com a Casas Bahia, no qual os Klein, por um amadorismo incrível, assinaram um documento aprovando a fusão (sendo totalmente prejudicados na operação). E depois voltaram atrás, culminando em um aporte de R$ 700 milhões na empresa, por Abílio Diniz, e assim tudo estava normal.

Abílio Diniz é muito egoísta. Ele quer tudo de todos, mas não está disposto a entregar muita coisa. É preciso lembrar, que travou uma briga familiar feroz com os próprios irmãos, pelo controle acionário do Grupo Pão de Açúcar, até comprar a parte de seus irmãos e tornar-se o grande acionista da empresa.

Depois, envolveu-se uma nova disputa judicial com o grupo Sendas. Fato que foi parar na justiça - por não haver acordo - e acabou favorecendo Abílio.

Também é preciso lembrar que, ao final dos anos 90, o grupo Pão de Açúcar estava à beira da falência. Sem capital, com dívida e os clientes insatisfeitos. Foi somente com a entrada do grupo Casino - e do aporte financeiro - que comprou grande participação na empresa, com direito a exercer o resto da compra para tornar-se majoritário, em 2012.

Com o Casino exercendo a compra em 2012, Abílio Diniz será minoritário, e poderá deixar o comando das operações do grupo - leia-se, a presidência do conselho do Grupo Pão de Açúcar.

Seria mais do que justo Abílio Diniz passar as operações para os franceses, que reabilitaram sua companhia, aumentaram espetacularmente sua fortuna pessoal, e possibilitou o Pão de Açúcar a oferecer a fusão para a Casas Bahia, sendo o expoente maior. Mas Abílio quer o poder.

Por esse poder ele já foi capaz de enfrentar sua família, seus parceiros, e seus atuais sócios.

Estamos cada vez mais perto de 2012, e Abílio Diniz sabe que quanto mais tempo perde, mais difícil ficará continuar no poder.

E por isso ele busca uma solução: adquirir mais empresas, diluir a participação do Casino na holding Grupo Pão de Açúcar, e assim conseguir se manter no poder.

O problema é que o Casino, por meio do seu presidente - o francês Jean Charles Naouri - já avisou: qualquer operação envolvendo o Pão de Açúcar está descartada.

Abílio Diniz tentou se aproveitar da fragilidade e da crise a qual passa seu concorrente, no Brasil. O Carrefour.

Com um rombo de 500 milhões de reais no balanço, e o sinal verde da matriz - e dos acionistas, como Bernard Arnault, um dos mais ricos do mundo - de se desfazer das operações em mercados emergentes, o Carrefour Brasil seria uma ótima opção para Abílio diluir a participação no Casino, e ainda tornar-se um dos maiores acionistas individual do Carrefour Mundial.

O problema é que o Casino vetou a operação, que seria financiada pelo BNDES - estima-se 4 bilhões. E com o desacordo, o BNDES não irá fornecer o empréstimo. O Casino já declarou, em alto e bom tom: quer o controle do Pão de Açúcar.

Após os rumores de uma possível fusão entre o Pão de Açúcar e o Carrefour Brasil, o Casino deu uma resposta rápida, e dura: aumentou a participação - por meio da compra de ações - de 37% para quase 43%.

Abílio Diniz perdeu a batalha, e se aproxima de perder o poder.

Agora, busca soluções: uma delas seria vender sua participação no Pão de Açúcar, fundado por seu pai, e adquirir as operações do Carrefour Brasil sozinho.

Enquanto isso, discretamente, observa-se que Michael Klein, dono das Casas Bahia esteve recentemente na França, para encontrar o CEO do Casino, Jean Charles Naouri. Ele também não quer Abílio no poder.

Vale lembrar que Abílio Diniz foi à França também, mas sequer fora recebido pelo Naouri.

O que Abílio Diniz fará para continuar no poder? Surpresas vem por aí.

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